quarta-feira, 10 de maio de 2017

Diz que é só um fenómeno breve

Quando era pequena adorava o Fertival da Eurovisão. Achava piada àquilo.
Depois fui-me desligando. Mas ontem tive de voltar àqueles momentos de infancia, sentada no chão da sala, a ver o que cada país tinha para nos mostrar. Sem surpresas, todos apostaram em coisas modernaças, em ingles, com muitas componentes electronicas. Só a Belgica e a Finlandia tinham musicas bonitas, em vozes femininas suaves.
Mas nós... uff! Os únicos a cantar em lingua materna. E digam-me o que disserem, ninguém se expressa de modo tão sincero como na sua lingua mãe. Desde que trabalho numa empresa internacional onde NUNCA, em nem 1min do dia falo português que sinto finalmente esta coisa da alma lusitana, reparo como nunca antes na beleza da nossa lingua, da nossa comida, da nossa expressividade.
Ganhamos pelo sentimento, pelos violinos, por sermos um momento de pausa naquele aparato ruidoso e cheio de luzes. Fomos o alentejo no meio de Lisboa.
E quando vejo a minha colega de casa, Venezuelana, que nem metade das palavras entende, a meter o seu Enrique Iglesias em pausa e a sentar-se comigo no chão da sala, em silencio, arrepiada a ouvir o Salvador, ficou claro que iamos passar à final.
Hoje dizia-me uma amiga que ele é um fenomeno que vai passar. Talvez. Mas acho ao contrário dele não acho que ele seja agora famoso pelo Festival e já está. Acho que é famoso pela conjugação entre a sua voz doce e os tiques inesperados e esquesitos com o talento inegavel da irmã. Porque o Cd dele a sós, já o ouvi e não me pareceu minimamente interessante. Insisto que o que o salvou foi a grande composição de Luisa.

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