sexta-feira, 7 de abril de 2017

Do medo

Dizia um comentador há minutos na SICNoticias e muito bem, que como seres racionais que somos, tentamos sempre entender o desconhecido, atribuir-lhe significado e, nesse sentido, damos rosto ao medo, seja uma cultura, uma raça ou uma religião.
Eu quero ser Assistente Social, como bem sabe quem visita este espaço e me lê e estou a estagiar com refugiados e emigrantes ilegais. Se alguns encarnam o clichet de ignorantes, mão de obra barata e deliquentes, outros são licenciados e olham-me sob o clichet da portuguesa que seguramente tem pernas peludas, estima o seu buço e bate no marido malandro com o rolo da massa.
Pessoas são pessoas e são Únicas!
Portanto eu nunca defenderei guerra entre nações, pelo simples facto de que para mim não existe tal coisa. Somos pessoas, com sentimentos, muito mais semelhantes do que queremos admitir.
Contudo, depois DESTA noticia, mais uma em tão pouco tempo, confesso que sinto a necessidade de fazer algo. Uma III Guerra Mundial seria o fim do Mundo tal como o conhecemos, afinal a tecnologia bélica actual e as armas quimicas estão desenvolvidas de modo inacreditavel e a niveis que nem sabemos bem. Fechar fronteiras e queimar mesquitas, tornar-nos-ia igual a eles e, sobretudo, cegos pela ignorancia. Recuso-me a tratar o outro, o espelho de mim que apenas foge da guerra, como inimigo, como parasita que merece ser pisado só porque vem de uma cultura ou país onde uns quantos são monstros.
E se fossemos nós? Acaso os portugueses não emigraram também quando sentiram fome, o peso da censura, a dificuldade em criar os seus filhos num país livre? E temos a sorte de nunca termos passado por uma guerra a sério.
No entanto, acho sim que algo deve ser feito, de preferencia no terreno. Se antigamente soube bem a alguns invadir o Iraque alegando que se salvaria aquele povo da ditadura (motivos reais à parte) porque não intervir na Síria agora? Porque não invadir e controlar, ajudar o povo, aqueles pais que há meses, perante a chegada do Daesh a uma cidade nova, publicavam nas redes sociais que iriam matar as suas filhas para as poupar à escravatura sexual?

Vamos ser realistas por mais assustador que isso seja: por mais que hoje mesmo se fechassem as fronteiras e se deportassem pessoas com base na sua religião ou arvore genealogica, há cada vez mais meninas dinamarquesas loirinhas a fugir de casa, esfaqueando os pais para se unirem ao Daesh. O mal existe por si só, as ideologias difundem-se num mundo tão global e tecnologico como o nosso. Até o Hitler foi eleito democraticamente! O Trump ganhou legalmente em pleno século XXI. Portanto... o mal não está no islão nem nos sirios, está dentro de cada um, em todo o lado e isso, minha gente, é a mensagem que o Daesh quer passar depois desta semana e conseguiu: eles controlam, não há rosto e não estamos seguros em nenhum lado. E a solução? Não há. É como tentar prender o vento.

Eu claramente tenho medo. Medo de estar no metro e perder a vida, de explodir no Campus Universitário, de estar em guerra e não ter o que comer, de ser violada e raptada e, muito importante, dos europeus serem tomados pela ignorancia e odiarem cegamente.

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