quarta-feira, 29 de junho de 2016

Regresso a Casa

Eu não viajava assim tanto tempo desde que o Eros tinha 6 meses. E por isso acho que ele não estava habituado a ficar sem mim tantos dias.
Quando cheguei, ao invés da tipica recepção com lambidelas e abraços, fui recebida com sons assustadores, gritos, rosnar e bufadelas agressivas. Vendo bem as coisas, nas vésperas da viagem levei-o ao veterinario, ele foi sedado, tiraram-lhe sangue, fizeram-lhe exames, ainda viemos de autocarro para Lisboa, aumentando o stress e depois eu fui embora com ele neste estado de caos. Suponho que ele estivesse bem chateado comigo.
Vá lá que hoje (cheguei ontem a noite) ele já está querido e perdoou-me.
Confesso que morri de saudades deles. A minha amiga já não me podia ouvir a falar deles, do quanto queria regressar e abraça-los. Ela acha estranho eu não gostar de crianças e ser do mais maternal que existe com os meus gatos. Ela acha até anti-natura. Que seja! Eu amo-os e morri de saudades. E hoje, após uma gigante limpeza na casa que tinha pelos acumulados de 10 dias, após os escovar e tratar da mudança de alimentação do Eros, só quero mesmo é jantar com eles e ver um filme a três no sofá.
Tenho aprendido ultimamente que eles são o meu equilibrio, a minha felicidade neste sitio menos bom. Posso estar numa cidade que não gosto, desmotivada e meio perdida mas eles estão sempre aqui. Pode parecer uma visão meio triste: a rapariga solitario e seus dois gatos. Mas neste momento em que nem eu me entendo, é bom tê-los a eles. Resta aceitar a vida como ela é e está e agradecer ao Universo por estes dois seres, por termos uma casa, um jantar e estarmos juntos.




Cada um de seu lado, debaixo dos braços
 
  
Jantar em preparação
 
 Como parece que o mais provavel é o Eros estar a ter alguma intolerancia alimentar à ração que lhes comecei a dar em Fevereiro, decidi não inventar mais e voltar à antiga que é, supostamente, de qualidade mais baixa que a actual. Mas não vou arriscar mais.

Decidi também investir na hidratação e patés dos bons. Para quem não conhece, apresento-vos a marca SCHESIR. Basicamente combina frango ou atum com fruta. Sim, leram bem... fruta para animais. Frango com maçã, atum com kiwi... e os meus gatos adoram! E vem tudo misturado numa especie de agua branca, cheira muito bem e é engraçado ver os cubinhos de fruta misturados. Para este verão, aconselho-vos mesmo esta marca. Também há para cão

Trouxe de Nápoles. A partir de hoje não aceito mais reclamações de visitas sobre o Eros ser filho do demónio

De Itália I

A foto clichet
 
Templo de Adriano em passeios noturnos


 Gelato italiani

 De gata para gata

Coliseu
 

Palatino
  

Piazza Venecia

Vaticano

Cheguei dia 21 e logo no 3º dia dei por mim no hotel metida na cama às 18h, cheia de dores nos pés, com bolhas, as pernas pesadissimas.
Dormi pouco e caminhei muito.
Cheguei a ir da estação de comboios ao Vaticano a pé. Mas eu gosto de viajar assim, perder-me nas ruas, nas gentes, nos cheiros, ver cada praça, cada beco, encontrar detalhes que de metro ou autocarro não seriam visiveis.
No 2º dia fui ao Vaticano (Museu, Praça de São Pedro, Basilica e Capela Sistina, catacumbas com todos os Papas enterrados). A Sistina desiludiu, tão pequena... nada imponente.
O Vaticano vale bem a pena pelos museus, são 8km de salas. Sim, leram bem... 8KM!!! Mas tem desde arte egipcia a romana, de tapeçarias a frescos, de escultura a arte contemporanea. Agora pareceu-me mal que na Basilica não me deixassem entrar se não me cubrisse. Como se fosse nua! Tinha o vestido da imagem, sem decote, até aos pés. Mas ao que parece mostrar os braços é inadequado... Juro que não entendo! Se fosse de minisaia compreendia. Agora os braços?!? E pronto, fui convidada a aceitar um pano ridiculo para me tapar e só assim prosseguir visita. Que retrogradas!


Vi o Coliseu também. O Palatino, enorme, cheio de tudo e mais alguma coisa e, confesso, fiquei até enjoada de ver tantas construções romanas imperiais.
O Circo Máximo, pequeno e pouco conservado.
Palacios em todas as partes, obeliscos e colunas.
Fui ao famoso Castelo Sant'Angelo.
Entrei num infindável número de igrejas. E fui até às Catacumbas de São Calixto, onde tive direito a um guia muito gentil, um seminarista angolano chamado Augusto, extremoso na sua fé e simpatia.
Já as pessoas... como eu amo pessoas!
Conheci um senhor da Sardenha que tem um lindo Pastor Belga de 12 anos e estão juntos desde que o cachorro era piccolo, piccolo!
Conheci um paquistanes que me ofereceu flores e encheu de beijos (uma cena estranha).
No metro um italiano nojento aproveitou o caos e apertões para literalmente esfregar o seu "material" contra o meu rabo. Saiu a correr mal ameacei chamar a policia (motivo pelo qual preferi também fazer Roma a pé). Na paragem de autocarros vi uma bixa louca que cantava e contorcia-se e agarrava-se ao poste onde estavam afixados os horarios, fazendo dele um varão. E roda, e pula, e pirueta... e eu ria e ria... Assim que chegou o bus entrei e ele veio atrás (de mim e da minha amiga que desta vez vim acompanhada e confesso que é estranho.. aos anos que só viajo sozinha) e sentou-se atrás de nós fazendo risinhos perturbadores e dizendo "I'm a great singer! The best of all! You are fat! The both of you! Fuck you!" e nisto levanta-se, olha-nos por cima do ombro, faz aquele sinal com o dedo do meio e saiu do bus... Se a intenção dele era ofender-me, só conseguiu arrancar-nos umas valentes gargalhadas.
Sobre o funcionamento da cidade em si, sendo cara, a nivel de transportes torna-se economica porque só o metro se paga. É tanta gente, tanta confusão, que não existem revisores e ninguém tira bilhete (nem consegues ver a máquina de tão cheios que vão os transportes sempre). Andei de autocarro à borla e deu-me imenso jeito. De resto, fiquei também a saber que estudantes de arqueologia não pagam entrada em nenhum museu ou ruina em Italia, sendo uma especie de bónus por serem futuramente aqueles que descobriram mais sitios gloriosos em Roma. Ora eu desencantei o meu antigo cartão de estudante de história, falsifiquei algumas datas e... ZAS! Vi tudo sem pagar. Nem coliseu, nem termas... só paguei em museus privados e bens da igreja.
Ainda assim a viagem saiu-me bem cara. Nem tenho coragem de fazer as contas mas entre Italia, o veterinário e outras despesas de certas coisas que decidiram acabar todas este mês obrigando-me a comprar tudo de novo, penso que em duas semanas gastei aproximadamente mil€. Agora é poupar e não meter o nariz fora de casa até repôr tudo nas poupanças!