terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Such a lovely time


1 de Dezembro.
Primeiro de muitos dias de um mês maravilhoso. Assim eu espero.
Hoje foi o meu primeiro dia de trabalho.
Resumindo: gente doida! Mas bem disposta. Fui para o lugar de uma pessoa que sai amanhã. Amanhã! Então o departamento está louco, num corropio, a querer-me formar para ser autónoma já na sexta. Hoje mesmo, com poucas horas de formação, meteram-me logo ali um bocado no activo sozinha. Baralhei-me um pouco mas não correu nada mal. Posso adiantar só que no meu novo trabalho falo 90% do tempo em espanhol. Trato de muitas coisas em espanhol, só escrevo e envio relatórios em espanhol. Acho que vou chegar às aulas toda trocada, a dizer "Hola, chicos!".
Estou bastante ansiosa, confesso.O ordenado é bom, muito bom. Mas tenho medos. Medo de não conseguir conciliar com a Universidade, medo de não estar pronta até sexta, medo que tudo descambe. O pânico é total, tanto que esta noite nem consegui dormir. Estou aqui com uma directa em cima, exausta, mas ainda assim cheia de stress sem conseguir acalmar e descansar.
Quando sai da formação decidi ir caminhar um pouco e experimentar o café da moda. Há um café muito famoso no qual nunca tinha entrado e estava mesmo com imensa vontade de um chocolate quente (aahhh... mulheres e o chocolate em situações de terror). Sucintamente: adorei! O género tem tudo a ver comigo, empregados barbudos e de tatuagens, ambiente diferente. E logo reparei que estava a ser observada. Um dos empregados trouxe-me o pior chocolate quente de sempre, cheio de pedaços enormes de chocolate inteiro, um pouco estranho. Mas acho que fez de propósito, porque disse-me logo "Fui eu que fiz. Se não estiver bom diz que trago outro". E o moço não tirava os olhos de mim. Já nem me estava a sentir confortável a beber o raio do chocolate. Sorria-me, tropeçava na minha cadeira. Veio até perguntar-me o nome. Lá bebi aquilo tudo, que vinha também cheio de chantilly e ele veio questionar-me o que tinha achado. Fui sincera. Então ele decidiu trazer-me outro. Recusei! Expliquei que já estava bastante cheia  e enjoada mas ele insistiu "Não, eu faço outro! Tenho de aprender". Sim, claro... deves ser mesmo inexperiente e novo na casa... cof cof...
Lá me trouxe outro. Bem melhor, de facto.
Na hora de pedir a conta, aconteceu o que já estava a espera: talão com o nome sublinhado e numero de telemóvel escrito na parte de trás.
Agora aqui estou, com um ego feliz, grata por este dia cheio de coisas novas, nervosa com o novo emprego, com as possibilidades que este ordenado me vai trazer e com um talão a aguçar-me a curiosidade. Mas... infelizmente Deus não me fez com talento para estas coisas. Nem me imagino a engatar um desconhecido, nem sou de aventuras, nem sei que fazer nestas situações. Além de que "empregado giro do bar da moda a dar o número na factura" é muito clichet e deve fazê-lo dezenas de vezes.

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