Cai a chuva lá fora.
São 1.04h.
Amanhã devo acordar
cedo e ir para a terceira dose de massagem para domar as malditas contracturas.
No entanto, não consigo
dormir. Sei que viver neste maldito país é viver sem ilusões, sem sonhos. É
saber que ninguém está seguro, não teremos reforma e o futuro será com fome.
Mas mesmo assim, não contava ouvir falar em despedimento colectivo apenas 3
meses após a minha integração nesta equipa.
Tento manter-me calma e
racional. Sei que sou muito impulsiva e sinto demais as coisas. Qualquer
novidade me abala até fisicamente. Os despedimentos não serão amanhã. A empresa
tem vários pontos de acção no país. O que irá fazer? Fechar todos e
concentrar-se na Capital? Ou obrigar os antigos funcionários à famosa política
de mobilidade e fazê-los vir, de malas e filhos, para o Alentejo, do nada?
Calma, Raven. Mantém-te
atenta aos jornais, respira e confia. Aceitar, perdoar, entregar. A tríade
máxima da espiritualidade. Já fiz tanto, já vivi muito para uns meros 25 anos.
Se o meu destino for mais uma vez ir de malas e gato para algum outro sitio,
tudo bem. Aceito. Só me vai doer muito aceitar se tiver de regressar a Casa. Esse
sim é o medo que não me deixa dormir. Não tenho medo do desemprego nem de
recomeçar. Só me apavora se o recomeçar for em Casa. Vida, não me faças isso,
POR FAVOR.
Força, acredita! Vais ver que vai correr tudo bem e que a sorte vai ficar do teu lado!
ResponderEliminar