domingo, 31 de março de 2013

Lanzinha


Não bastasse já eu não ser cristã, ainda acho pouca piada a esta coisa de se comerem borregos.
É que eu tive uma ovelha de estimação. Chamava-se Lanzinha. Eu vivia numa casa grande, tinha eu 7 anos, com um belo quintal, um cão e muitas galinhas. Nas traseiras da minha casa situava-se uma quinta. Houve uma ovelhita que teve demasiados bebés e acabou por rejeitar alguns, recusava-se a amamenta-los e a dona da quinta, como eu adorava animais, ofereceu-me uma ovelha bebé. Criamo-la a biberão, com muito mimo e com a convivência com o cão, ela próprio se assemelhou a ele, corria, farejava, quando viajávamos ela ia no carro toda enrolada aos nossos pés. Era uma verdadeira cachorra de estimação! Tão bonita. Para mim, era até o meu cavalito, montava-a e divertia-me muito, éramos amigas.
Uma Páscoa, o meu progenitor achou por bem mata-la e à minha frente. Não lidei bem com o facto de degolarem a minha amiga para ser comida por uma tradição tonta.
Desde aí que não como borrego, cabrito, familiares da Lanzinha.

sábado, 30 de março de 2013

Noite de:



Pizza


Eros
 
“Comer, Orar, Amar” na SIC, quem ainda não viu aproveite. Identifico-me tanto mas tanto com esta jornada

Intolerância








Incenso.
Não suporto.
Dá-me dor da cabeça e a minha querida Mãezinha decidiu acender porcarias destas todos os dias, alegando o mau cheiro do coco do gato.

Estou enojada



«Achava eu, na minha modesta opinião, que neste mercado onde se movem as marcas de cosméticos existiam as que assumiam os testes em animais (L’Oréal, esta é para ti), as marcas “cruelty-free” e, por fim, as outras, as que trabalhavam para deixar de os fazer, a curto ou médio prazo. Ou pelo menos assim se dividiam, segundo a lista da PETA.

Mas depois disto veio a China, que promulgou uma lei que proíbe a venda de cosméticos no seu reino sem que antes tenham sido testados em animais.

E quase como meretrizes de beira de estrada (sem ofensa para a profissão), marcas como a Caudalie, Yves Rocher, L 'Occitane, Avon, Estée Lauder e Mary Kay, após décadas de “no animal testing”, decidiram trocar príncipios por yuans.

A francesa L’Occitane, por exemplo, começa por explicar a sua posição de forma clara: “A L'Occitane nunca testou os seus produtos em animais”.

Mas a inocência que já não me caracteriza quis que eu lesse o comunicado até ao fim. E a meio, lá estava, a verdadeira posição: “A L'Occitane considera contraproducente privar o país mais populoso do mundo de produtos que não foram testados em animais”. Já no caso da Caudalie, continua a ler-se no site “We are against animal testing”. Esqueceram-se de actualizar a informação, pobres incautos.

Entre os procedimentos mais conhecidos de testes em animais está o Draize, um teste de toxicidade aguda, que envolve a aplicação de uma substância na pele do animal. Com a finalidade de aferir a acção nociva de produtos químicos, os técnicos raspam a pele das cobaias - ou arrancam com recurso a fita adesiva em gestos repetidos - até que fique em carne viva.

Já no teste da irritação dos olhos, o animal é preso pelo pescoço, de forma a imobilizar-se, e não raras vezes são colocados clipes de metal nas pálpebras para evitar que os olhos se cerrem enquanto se gotejam as substâncias. Aqui o coelho albino é o preferido. Dizem que é mais barato e facilmente manuseável.

E podia continuar por aqui, a discorrer sobre uma sucessão infindável de actos ignóbeis que atentam contra a vida de um animal. Mas não vou fazê-lo.

Da Vinci - perdoem-me o cliché, mas a minha literacia não me permite mais - já havia dito: "Haverá um dia em que o homem conhecerá o íntimo dos animais. Nesse dia, um crime contra um animal será considerado um crime contra a própria humanidade". 

E agora ide em paz. Os que puderdes.»


Escrito por Ana Chaves, para o Público: