Hoje faríamos 2 anos.
No dia 15 fizemos 2 meses de solidão. É triste, não é suposto um amor tão difícil
e suado, tão trabalhado, baseado em tanto sacrifício acabar assim.
Vejo agora, com a clareza
que só a distancia e o tempo podem mostrar, que realmente esta separação foi a
melhor decisão. Já não estávamos a fazer-nos bem nem em condições de evoluir
juntos. Mas continua a ser triste. Sobretudo porque eu consigo olhar-te, ver os
problemas que te estão a rodear, a consumir, estender-te a mão. Mas tu não.
Estás revoltado, arisco e orgulhoso. Não posso ajudar quem não quer ser
ajudado.
Tenho pena de ti porque
te amo. Não um amor cego, como antes. Um amor calmo, resignado. Um carinho
acima de tudo, um carinho que durara toda a vida pois nunca esquecerei tudo o
que fizeste por mim, a pessoa melhor em que me tornaste, a frieza que
combateste.
Agora está na hora de
aceitar o passado e seguir sozinha, procurando conhecer-me melhor, sentir-me
melhor e evoluir até ao equilíbrio e à paz. Espero que te recuperes, que
entendas que não se afoga o amor no álcool, que não se pode cair em degredo por
amor. O amor ergue, não destrói. Não te quero ver por aí caído, sempre bêbedo e
a lamentar este amor perdido, esta decisão que foi tua. Para cada acto, uma consequência.
Por amor de Deus, não me mates de preocupação! Queres ter algum acidente de
carro? Queres que eu enfarte de nervos?
Ergue-te, deixa os balcões
de bares, sorri para a vida e segue, olha para dentro de ti e evolui que eu
estou a tentar fazer o mesmo. E mata esse orgulho antes que ele te mate a ti.
No domingo de manhã tinha 10 chamadas tuas. 10! E quando te liguei horas depois
a perguntar que se passava para estares tão aflito, fugiste e estou até hoje
para saber o que se passou. Se precisas de ajuda, pede. Não tenhas vergonha.
Por favor.
Desejo-te toda a
felicidade do Mundo, espero que encontres a luz rapidamente.
Da tua sempre amiga,
com todo o carinho do mundo, Raven.