“A escritora Maria Teresa Horta, distinguida com o Prémio D. Dinis pelo
romance "As Luzes de Leonor", disse hoje à Lusa que não o aceita
receber das mãos do primeiro-ministro, conforme o previsto.
"Na realidade eu não poderia, com coerência, ficar bem comigo
mesma, receber um prémio literário que me honra tanto, cujo júri é formado por
poetas, os meus pares mais próximos - pois sou sobretudo uma poetisa, e que me
honra imenso -, ir receber esse prémio das mãos de uma pessoa que está
empenhada em destruir o nosso país", explicou Maria Teresa Horta à Lusa.
"Sempre fui uma mulher coerente; as minhas ideias e aquilo que eu
faço têm uma coerência", salientou a escritora que acrescentou: "Sou
uma mulher de esquerda, sempre fui, sempre lutei pela liberdade e pelos
direitos dos trabalhadores".
Óptima atitude. Também eu sou defensora dos partidos de esquerda e acho
que já está mais do que na hora de ser-lhes dada uma oportunidade. Percam os
medos. A votarem sempre nos mesmos, como podem pedir mudança?
Aqui vos deixo um dos poemas sublimes e sensuais de Maria Teresa:
Ponho um beijo
demoradono topo do teu joelho
Desço-te a perna
a saliva pelo meio
Onde a língua
até onde vai o beijo
que disfarce
de ti aquilo que vejo
Em torno um mar
no cume o cimo do tempo
E os lençóis desalinhados
de vento
Volto então ao teu
entreabrindo-te as pernas
Deixando a boca
seguir o desejo nelas.
Tal como disse no blog da S*, admiro uma pessoa que não abdica das suas convicções e que não altere a sua posição apenas porque sim!
ResponderEliminarMostrou uma personalidade muito forte e uma fidelidade incrível aos seus princípios. Sem dúvida uma grande mulher que não se entrega a hipocrisias. Gostei.
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