domingo, 8 de julho de 2012

Ai as fofas!



Tenho 2 colegas de trabalho novas.
Ao início pareciam simpáticas. Até me abri com elas. Contava-lhes da minha vida, falava alegremente. Até notar os seus pensamentos mais arrogantes e provincianos, típicos da cidade em que vivo e que tanto me fazem odiar esta terra.
Uma é Ucraniana e, como emigrante e tal, acha-se a maior heroína do mundo por ter largado a sua terra e ter vindo para este Portugal à beira mar plantado.
Quando lhe falei de um amigo meu que é literalmente nómada, anda de país em país, trabalha em qualquer coisa, desde obras a hotelaria, junta dinheiro, conhece uma nova cultura, faz amigos e passado um tempo, lança-se a outro país, a ucraniana respondeu-me inchada de orgulho “E isso é admirável? Admirável sou eu que trabalho para sustentar a minha filha! Isso é boa vida sem responsabilidades!”. Vamos lá a ver… foi mãe porque quis! Detesto a mania que as pessoas têm de invejar ou desvalorizar a vida de terceiros. Se alguém esta nas Maldivas ou tem um emprego de sonho, é porque fez para o conseguir. Deixem-se de merdas e aceitem as consequências das vossas escolhas! Não quis casar? Não quis ser mãe? Agora é que reclama? Poupem-me!
A outra nova coleguinha é a cereja no topo do bolo. Parece vinda de cascais mas com a mentalidade cá da zona. Acha-se linda, poderosa, bem vestida, com o último telemóvel topo de gama, enormes saltos altos, sempre maquilhada. Afirma que detesta a coscuvilhice, que detesta esta cidade porque toda a gente sabe da vida uns dos outros. Mas experimentem perguntar-lhe por alguém! Digam-lhe o nome e ela sabe a morada, o carro, as últimas 5 relações e até o ambiente que a pessoa tem em casa! Uma vidente!
Trata toda a gente por “fofa” e “querida” e vê maldade em todo o lado. Acha que toda a gente é encornada menos ela que tem o namorado debaixo do chicote.
E apreciem bem esta pérola que ela cuspiu esta semana: “Ai eu também acho que o mundo tem de evoluir. Temos de ser modernos. Eu acho bem que os gays casem e isso. Mas seria incapaz de frequentar os ambientes deles e ter um casal a beijar-se ao pé de mim. É anti-natura”.
Notam alguma incoerência nesta frase?


Opah… a sério! Tirem-me deste filme!
Um dia inteiro, uma semana inteira a ouvir estas “fofas” e as suas coscuvilhices são demais para o meu cérebro!
E a opinião que elas têm de mim? Dá vontade de rir! Acham-me demasiado moderna, creio que desconfiam que sou lésbica desde que disse que frequento bares gays, já me disseram que apenas “gosto” de ser diferente e acham que devo ser uma grande maluca por andar por aí a sair com amigos estando o meu namorado fora.
Caramba, sou vista como uma revolucionária! O que não é difícil, vivendo as fofas no século XVIII.
Enfim, resta-me desejar-lhes as melhoras, que um gay nunca lhes pegue nada anti natural, que enquanto namorem nunca apareça ninguém a querer ser amigo delas porque toda a gente sabe que quem namora não tem mais ninguém no seu círculo social e que tenham uma vida comum, com trabalho, casa, marido e 3 filhos, sem nunca viajarem nem receberem as maleitas de uma boa viagem a outra cultura!
Sejam felizes, fofas!

PS: Prevejo uma longa temporada de descontentamento no meu sistema nervoso…

2 comentários:

  1. Eu quando conheço alguém novo, por muito fixe, interessante e blá blá blá que me parece, estou sempre de pé atrás até conhecer melhor!

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