sexta-feira, 4 de maio de 2012

Reles

Ontem fui fazer a ecografia mamária.
Dada a minha herança, é sempre um momento tenso, que me dá algum receio. Por isso, o João foi comigo.
Logo de rajada, a mãezinha dele mandou-lhe a pérola “Então a Raven não tem pés para ir ao hospital? Tens de faltar ao trabalho?”.
1, 2, 3… respira.
Tínhamos acabado de chegar ao hospital e o telefone não parava de tocar. Percebi que algo se passava.
Até que o João, com ar chateado, me diz “Desculpa, amor. Tenho dir senão não se calam. A minha mãe está sem carro e alguém tem dir buscar a minha irmã. Já volto”.
Passo a explicar: a irmã do João é uma dondoca gorda que não dá um passo a pé e trabalha na empresa da família como secretária e todos os dias a mãe a vai buscar e levar. Se não a levarem, recusa-se a ir trabalhar (que são só 25/30min a pé).
O João lá foi, confiante que chegaria a tempo. Mas não foi o que aconteceu. Entrei, fiz o exame sozinha e sai. Quando sai, ele estava à minha espera.
Passei-me! A mãe não queria que ele tirasse folga para ir comigo ao médico mas no fim, a folga serviu para fazer de motorista da irmã.
Ele pediu-me mil desculpas, disse que pensava que conseguia agradar a todos e fazer as duas coisas. Compreendo mas assusta-me. Assusta-me as atitudes desta gentinha. Assusta-me que possam ganhar poder na minha relação. E se isso acontecer, prefiro abrir mão de um amor do que ter um homem que não sabe impor-se e ter os tomates no sitio.
Diz ele que tudo vai mudar, que discutiu com a mãe ao chegar a casa e que eu tenho razão.
Veremos…

3 comentários:

  1. Ai Raven percebo-te e apoio-te e tens toda a razão do mundo e gente assim numa relação são (esses sim) um grande cancro! Esperemos que consigam lidar com isso da melhor forma. Já agora, decidiram manter a relação mas como é que vão fazer? à distância? Daqui a uns tempos vais ter com ele?

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  2. Sedas: se são! As minhas avós, ambas, nunca se intrometeram nas relações dos filhos, não estou habituada a estas coisas.
    Decidimos tentar manter a relação. O João tem direito a 1 semana de 3 em 3 meses. Vamos usar a internet e telefonemas. Não será fácil. Para te ser sincera, não estou confiante. Mas ele está e decidi tentar. Não vou já entregar o jogo e ficar a pensar "E se...?". Se eu irei ter com ele não sei, depende do rumo da minha vida. Caso isso aconteça, também não será antes de uns 2 anos, portanto não quero ponderar nesse tema. Prefiro deixar a cargo do Destino. (mas tenho medo, muito medo...)
    A única coisa boa que já pensamos é que com a distancia o João se consegue libertar desta família e talvez a nossa relação cresça mais saudável.

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  3. Acredita que ele um dia farta-se das cenas da família...

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