terça-feira, 18 de outubro de 2011

A vida faz-se de opções



É óptimo termos sonhos, objectivos, uma meta para atingir e termos alguém a elevar-nos, a proporcionar-nos isso. Como por exemplo, os nossos pais.
É óptimo ter pais que nos segurem, que nos proporcionem o Mundo. Que nos mimem na infância, que nos amem, que nos paguem a Universidade, que nos dêem asas.
Tudo isto é uma belíssima zona de conforto que ninguém quer deixar.
Mas e quando se tem um pai déspota, que nunca na vida soube o que é o amor e o carinho e acha que tudo se resolve com dinheiro?
Devemos aproveitar? Aturar ofensas só para garantir o nosso conforto e assim chegar aos nossos objectivos?
Durante toda a minha vida assim fiz. Era fraca e jovem. Sabia-me bem a minha zona de conforto. Mas isso foi só até perceber que essa zona era mais de humilhação do que de outra coisa!
Há 1 ano atrás cortei relações com o meu pai. Ao fazer isso, abri também mão da minha facilidade económica, dos meus estudos e da minha boa vida.
Tive de congelar a matrícula na Universidade, tive de começar a trabalhar (desde vendedora numa loja até empregada doméstica), tive de aprender a viver com pouco e a contar os trocos.
Claro que eu podia ter mantido a vidinha de sempre! A esta hora estaria licenciada e com mais dinheiro no banco.
Ou poderia ter gritado independência mas ter pedido a minha pensão em Tribunal.
Mas nada disso iria manter íntegro o meu carácter.
Antes eu EXISTIA num mundo cor-de-rosa e de terror.
Agora VIVO no mundo real, com dificuldades mas muita dignidade. E mesmo que passe fome, ao menos tenho algo que sempre me faltava: orgulho em ser quem sou.
Já não sou uma bela Rainha no seu cómodo Palácio. Mas sou um grandioso soldado no meio do Povo.

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